domingo, 12 de outubro de 2008

TEORIAS DA RESTAURAÇÃO (John Ruskin)

John Ruskin foi um escritor e um crítico britânico. A postura de Jonh Ruskin é bem clara, pois o seu pensamento vincula-se ao Romantismo, movimento literário e doutrinário (final do século XVIII até meado do século XIX), e que dá ênfase a sensibilidade subjetiva e emotiva em contraponto a razão. Esteticamente, Ruskin apresenta-se como reação ao Classicismo. Na sua definição de restauração dos patrimônios históricos, ele considerava a real destruição daquilo que não se pode salvar, nem a mínima parte, seria uma destruição acompanhada de uma falsa descrição.
Autor inglês do Século XIX, apresentava idéias opostas às de Le-Duc. Defendia a não intervenção nos monumentos antigos, por considerar que quaisquer interferências imprimem novo caráter à obra, tirando sua autenticidade. A partir da visão de Ruskin a história e a condição atual devem ser maximamente respeitadas, admitindo-se somente intervenções de conservação.
Escritos "Podemos viver sem a arquitetura de uma época, mas, não podemos recordá-la sem a sua presença.
Podemos saber mais da Grécia pelos seus destroços e de sua cultura que pela poesia e a sua história. Deve-se fazer história com a arquitetura de uma época e depois conservá-la. As construções civis e domésticas são as mais importantes no significado histórico. A casa do homem do povo deve ser preservada, pois, relata a evolução nacional, devendo ter o mesmo respeito que o das grandes construções consideradas por muitos importantes. Mais vale um material grosseiro, mas, que narre uma história, do que uma obra rica e sem significado. A maior glória de um edifício não depende da sua pedra ou de seu ouro, mas sim, o fato de estar relacionada com a sensação profunda de expressão. Uma expressão não se se chegaria a inúmeras conclusões. A restauração é a destruição do edifício, é como tentar ressucitar os mortos. É melhor manter uma ruína do que restaurá-la."
Segundo Ruskin, a melhor forma de destruir um monumento é restaurá-lo. A restauração se presta com perfeição à manipulação de informações, à adulteração da história segundo a vontade de quem o restaura. Se o restaurador defender suas idéias, aplicando-as a uma obra do passado, não só falsificará a história como irá reduzi-la a um mero fragmento de seu inteiro significado. O passado não pode ser substituído por uma visão moderna do passado, tornado um kitsch. Humildade não significa excluir-se, significa ser fecundo à germinação do que não é seu...
Para Ruskin a solução reside em prevenir a destruição de qualquer tipo de monumento/edifício antes que este esteja reduzido a ruínas. Só assim será possível, em sua opinião, evitar que gerações vindouras percam para sempre o contacto com o legado que lhe deixaram os seus antepassados. Mais: numa época que considera rendida aos encantos dos caminhos de ferro e ao ambiente fervilhante das cidades, Ruskin encara a arquitectura antiga como força vivificadora semelhante ao poder revigorante da natureza. Apagar os vestígios do passado é, pois, para Ruskin, o mesmo que condenar a pátria a periclitante futuro.

http://www.fag.edu.br/professores/deniseschuler/1%BA%20SEM%202007/T%C9CNICAS%20RETROSPECTIVAS/Conte%FAdos%20avalia%E7%E3o%201%BA%20bimestre/texto%20teorias%20restauro%20aula%20de%2027%20mar%E7o%202007.pdf

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